(Luigi Pirandello)
Coincidentemente,
ontem, graças a um “lembrete” em um e-mail que me foi enviado pela minha
querida poeta Eliana Mora, fui informado que, há 145 anos, nascia Luigi
Pirandello.
(Logo,
voltei ao meu pai)
A figura
do Pirandello e a paterna, em mim, se confundem.
Ao contrário
do Pirandello, meu pai tinha apenas o curso primário e, ao se casar com a minha
mãe, foi incentivado por ela a crescer – e formou-se em contabilidade. Era um
homem de lagrima fácil. Sensível em último grau, sequer parecia um Contador. Do
quarto, na sala o espiava, concentrado, a preparar escritas para os clientes
que o procuravam lá em casa.
É claro
que – como todo pai –, ele se orgulhava da minha capacidade de imitar a
dramaturgia radiofônica da época. Todas as tardes, ao seu lado – e ao lado de
um rádio de válvulas enorme –, viajávamos nas aventuras de "Jerônimo, o herói do
sertão".
(Eu era craque
em imitar o Moleque Saci)
Até que
um dia, quando mais taludinho, ao perceber do meu gosto pela leitura – e, logo,
por livros –, ele me trouxe o primeiro volume de uma coleção da Abril Cultural,
de nome Teatro Vivo. Confesso que não gostei. Também, era o “Édipo Rei”. No
entanto, a partir do segundo volume, passei a exigir-lhe que me trouxesse mais um, mais um... e mais
um!...
Vocês –
por acaso – imaginam qual foi a peça que havia naquele segundo volume? - Era um Pirandello:
“Seis personagens à procura de um autor”.
Quando releio os "Seis personagens", ainda sinto que ela é uma aula de construção dramática, e que seus personagens ainda estão vivos nos teatros do século XXI.
Obrigado
Luigi Pirandello. Obrigado meu pai.
Nenhum comentário:
Postar um comentário