IFIGÊNIA NÃO ERA ADÚLTERA, NÃO COMENTEU ATENTADO AO PUDOR, E NEM INFRINGIU A NOVA LEI DE CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA
(Djalma Filho)
feita
[sedução]
tal qual a pena do pavão
que tatuou um diabo alado no rabo
do rei do Urukudauê
a poesia
[uma só poesia]
chega
para a desmoronização dos muros de Urukudauê,
onde, os adoradores do rei
[de fuxico em fuxico]
falam mal dos sábios, dos bobos, dos menestréis da corte,
de todas as mulheres dos primeiros-ministros,
da rainha quase obesa,
dos malabares dos circenses do reino,
dos artistas mudos
condenados à fogueira
sem ter como explicarem-se
pelas falas da tragédia de Eurípides
ah, desgraçado poeta!...
tua poesia,
feita
com a suavidade da seda pura do oriente para tua Ifigênia,
a levou à sentença máxima:
dormir a pão e água no silêncio dos açalpões!
masmorras,
donde foi solta,
quando assumiste ter sido o calígrafo
da pena do pavão
que tatuou um diabo alado no rabo do rei de Urukudauê!
(Djalma Filho)
feita
[sedução]
tal qual a pena do pavão
que tatuou um diabo alado no rabo
do rei do Urukudauê
a poesia
[uma só poesia]
chega
para a desmoronização dos muros de Urukudauê,
onde, os adoradores do rei
[de fuxico em fuxico]
falam mal dos sábios, dos bobos, dos menestréis da corte,
de todas as mulheres dos primeiros-ministros,
da rainha quase obesa,
dos malabares dos circenses do reino,
dos artistas mudos
condenados à fogueira
sem ter como explicarem-se
pelas falas da tragédia de Eurípides
ah, desgraçado poeta!...
tua poesia,
feita
com a suavidade da seda pura do oriente para tua Ifigênia,
a levou à sentença máxima:
dormir a pão e água no silêncio dos açalpões!
masmorras,
donde foi solta,
quando assumiste ter sido o calígrafo
da pena do pavão
que tatuou um diabo alado no rabo do rei de Urukudauê!
Nota do Autor: Poema classificado em terceiro lugar no 3° Concurso Nacional de Poesias de Colatina.
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