O SANTO INQUERITO (2)
(Djalma Filho)
Todos os fins de semana, prometo solenemente que hei de responder aos comentários postados no "O CESTO". Qual nada!... Está até parecendo promessa de político, não é?... - mas, como não sou político!...
Semana passada, depois de prometer à minha mulher que iríamos ao Parque da Redenção pra comer o acarajé daquela baiana de Feira de Santana, só para matarmos as saudades do gosto do acarajé, mergulhei na releitura de "O Santo Inquérito", de Dias Gomes.
[a este dramaturgo, dedicarei uma página do blogue, uniquinha, só para ele - pelo tanto da sua importância para o autor que hoje sou]
Lá estando - no "O Santo Inquérito", é claro -, ative-me a uma fala de Branca Dias, momentos antes de ser "condenada" ao braço secular:
BRANCA - Há um mínimo de dignidade que o homem não pode negociar, nem mesmo em troca de liberdade. Nem mesmo em troca do sol.
O homem que deixa de lado o direito de falar aquilo que pensa, trai a si próprio, se corrompe, se vende - pouco importa a forma que tenha as trinta moedas!... Em troca de que um homem deixaria de dizer aquilo que pensa?!... Ah, as trinta moedas!...
A Branca Dias, por exemplo, só queria a sua liberdade. Ah, e mais:
BRANCA -... Eu não quero ser santa. As minhas pretensões são bem mais modestas. Não é pela ambição que o Capeta há de me pegar. Quero viver uma vida comum, como a de todas as mulheres. Casar com o homem que amo e dar a ele todos os filhos que puder.
Perdoem-me, senhores visitadores do Santo Ofício; permitam me atrever a comparar-me à Branca Dias?...
Ontem, ao enviar um comentário ao Grupo Ateneu, disse uma frase que passou batida... Poucos perceberam. Também, para quê?!...
DJALMA - O escritor, para mim, deve posar ao ar livre. É do ar livre que vem o verso, as pessoas, o motivo de tudo, e - até - a inspiração!...
Como, nesse mundo-de-meu-Deus, ainda existem pessoas que insistem em empurrar os outros para a fogueira, só porque as opiniões minhas não são as delas?... Mesquinhez?!... Tudo porque no tal e-mail que enviei para o grupo "O Ateneu", eu emiti a seguinte opinião:
DJALMA - Fico com o pé atrás com os escritores que posam à frente de livros. Além de ficarem com caras de babaca, geralmente - eu disse, geralmente - são péssimos escritores.
Enquanto, sem mesmo lerem a poética aos poetas, vieram-me os juízes, certíssimos das suas infalibilidades.
[ainda bem que, em e-mails - assim como no jogo do bicho -, vale o escrito]
Enfim, para mim, poetas posando à frente de livros, ficam com a mesma cara de babaca que nós, na foto da carteira de identidade.
Ainda neste sábado, fecharei a últiminha cena da novela: "O quarto do primeiro andar". E podem ir preparando à vontade as suas fogueiras que eu não vou me queimar. Amanhã, nem por um decreto do Papa, hei de deixar de ir com minha mulher ao Parque da Redenção para matar as saudades do gosto do acarajé, na banca daquela baiana de Feira de Santana.
Isso é, se não chover canivetes...
(Djalma Filho)
Todos os fins de semana, prometo solenemente que hei de responder aos comentários postados no "O CESTO". Qual nada!... Está até parecendo promessa de político, não é?... - mas, como não sou político!...
Semana passada, depois de prometer à minha mulher que iríamos ao Parque da Redenção pra comer o acarajé daquela baiana de Feira de Santana, só para matarmos as saudades do gosto do acarajé, mergulhei na releitura de "O Santo Inquérito", de Dias Gomes.
[a este dramaturgo, dedicarei uma página do blogue, uniquinha, só para ele - pelo tanto da sua importância para o autor que hoje sou]
Lá estando - no "O Santo Inquérito", é claro -, ative-me a uma fala de Branca Dias, momentos antes de ser "condenada" ao braço secular:
BRANCA - Há um mínimo de dignidade que o homem não pode negociar, nem mesmo em troca de liberdade. Nem mesmo em troca do sol.
O homem que deixa de lado o direito de falar aquilo que pensa, trai a si próprio, se corrompe, se vende - pouco importa a forma que tenha as trinta moedas!... Em troca de que um homem deixaria de dizer aquilo que pensa?!... Ah, as trinta moedas!...
A Branca Dias, por exemplo, só queria a sua liberdade. Ah, e mais:
BRANCA -... Eu não quero ser santa. As minhas pretensões são bem mais modestas. Não é pela ambição que o Capeta há de me pegar. Quero viver uma vida comum, como a de todas as mulheres. Casar com o homem que amo e dar a ele todos os filhos que puder.
Perdoem-me, senhores visitadores do Santo Ofício; permitam me atrever a comparar-me à Branca Dias?...
Ontem, ao enviar um comentário ao Grupo Ateneu, disse uma frase que passou batida... Poucos perceberam. Também, para quê?!...
DJALMA - O escritor, para mim, deve posar ao ar livre. É do ar livre que vem o verso, as pessoas, o motivo de tudo, e - até - a inspiração!...
Como, nesse mundo-de-meu-Deus, ainda existem pessoas que insistem em empurrar os outros para a fogueira, só porque as opiniões minhas não são as delas?... Mesquinhez?!... Tudo porque no tal e-mail que enviei para o grupo "O Ateneu", eu emiti a seguinte opinião:
DJALMA - Fico com o pé atrás com os escritores que posam à frente de livros. Além de ficarem com caras de babaca, geralmente - eu disse, geralmente - são péssimos escritores.
Enquanto, sem mesmo lerem a poética aos poetas, vieram-me os juízes, certíssimos das suas infalibilidades.
[ainda bem que, em e-mails - assim como no jogo do bicho -, vale o escrito]
Enfim, para mim, poetas posando à frente de livros, ficam com a mesma cara de babaca que nós, na foto da carteira de identidade.
Ainda neste sábado, fecharei a últiminha cena da novela: "O quarto do primeiro andar". E podem ir preparando à vontade as suas fogueiras que eu não vou me queimar. Amanhã, nem por um decreto do Papa, hei de deixar de ir com minha mulher ao Parque da Redenção para matar as saudades do gosto do acarajé, na banca daquela baiana de Feira de Santana.
Isso é, se não chover canivetes...
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