A COLHER
(Djalma Filho)
co'aquela colher de pedreiro,
chuleei,
pintei e bordei,
fiz arte
[...]
abracei Maria,
construí Maria,
reboquei Maria
e Brasis
[!]
aconteci
de um pai pedreiro
e de uma mãe gasta pela casa construída
- a gosto
[...]
também pedreiro,
fui aumentando o mundo, de casas,
até descobrir
[a cada casa finda]
que lares continuavam,
que cidades continuavam,
que Brasis continuavam
[...]
um dia,
numa bicicleta comprada à prestação
[sete reais cada mês]
ganhei o mundo
[!]
no selim,
a mesma colher de pedreiro
[me dada por um Deus enciumado]
por ter aprendido
[Dele]
a arte de construir
casas,
Marias
e Brasis
melhor, bem melhor que Ele
[!]
cansado de ir achando o mundo
parei
para tomar um trago,
voltado
[pernas pra que te quero]
haviam roubado as minhas mãos do selim da bicicleta
[!]
e procurei a minha colher de pedreiro até o fim
do mundo
[...]
Deus estava vingado
[!]
eu,
que pensava que as cidades acabavam
na última curva da estrada,
que imaginava o fim da terra
ao primeiro sinal de mar,
descobri que no mundo não há uma Maria igual à Maria
que abracei,
que construí,
que reboquei
[!]
por onde anda aquela colher de pedreiro
[?]
onde estão as minhas mãos
[?]
como construir mais casas,
como construir mais Marias
como construir mais Brasis
[?]
aqui,
no meio do mundo,
pedreiro hei de ficar
ah, que saudade danada da casa que construí
para lar
[!]
não irei mais acenar,
precário
de extremidades de braços:
falta-me a colher de pedreiro
nas mãos
[!]
(Djalma Filho)
co'aquela colher de pedreiro,
chuleei,
pintei e bordei,
fiz arte
[...]
abracei Maria,
construí Maria,
reboquei Maria
e Brasis
[!]
aconteci
de um pai pedreiro
e de uma mãe gasta pela casa construída
- a gosto
[...]
também pedreiro,
fui aumentando o mundo, de casas,
até descobrir
[a cada casa finda]
que lares continuavam,
que cidades continuavam,
que Brasis continuavam
[...]
um dia,
numa bicicleta comprada à prestação
[sete reais cada mês]
ganhei o mundo
[!]
no selim,
a mesma colher de pedreiro
[me dada por um Deus enciumado]
por ter aprendido
[Dele]
a arte de construir
casas,
Marias
e Brasis
melhor, bem melhor que Ele
[!]
cansado de ir achando o mundo
parei
para tomar um trago,
voltado
[pernas pra que te quero]
haviam roubado as minhas mãos do selim da bicicleta
[!]
e procurei a minha colher de pedreiro até o fim
do mundo
[...]
Deus estava vingado
[!]
eu,
que pensava que as cidades acabavam
na última curva da estrada,
que imaginava o fim da terra
ao primeiro sinal de mar,
descobri que no mundo não há uma Maria igual à Maria
que abracei,
que construí,
que reboquei
[!]
por onde anda aquela colher de pedreiro
[?]
onde estão as minhas mãos
[?]
como construir mais casas,
como construir mais Marias
como construir mais Brasis
[?]
aqui,
no meio do mundo,
pedreiro hei de ficar
ah, que saudade danada da casa que construí
para lar
[!]
não irei mais acenar,
precário
de extremidades de braços:
falta-me a colher de pedreiro
nas mãos
[!]
Muito bem feito, parabéns, Djalma.
ResponderExcluirConceição
Maravilhosa "viagem".
ResponderExcluirParabéns pelo belo espaço.
Abraço,
Marcelo marinho.