quinta-feira, 24 de junho de 2010

O CESTO - Djalma Filho



O CESTO
(Djalma Filho)


Torpedos, papéis amassados encestados, hálito de cigarro por todos os lados. Sarro!... Uma, duas, três, muitas cestas. Chuá!... Chutes, de quando em quando, exato no instante em que meu amo e senhor lia alto as sobras do meu resto. Alto, mais alto!... Mais torpedos, mais papéis amassados. Envelheço sem perceber, se cheio, necessito de idade. Os demais cestos de lixo hão de morrer quando todos os escritores se informatizarem. Assim, deixarei de fazer parte da decoração dos chãos, e, definitivamente, desempregarei as pás. Creio - tenho absoluta certeza - que meu amo e senhor, o escritor Djalma Filho, jamais irá trocar a sua Remington por um computador!



Nota do autor: Argumento de um curta metragem. ICAB/FEPLAN (2009)


2 comentários:

  1. Não resiti, apesar do sono! Vim só para
    "cestear", uma espiadela e acenar um beijo! Deixo-o neste texto magnífico, já antigo conhecido. Do que vi, está tudo "trilegal!". __ Kathleen

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  2. Não resisti, apesar do sono! Vim só para
    "cestear", uma espiadela e acenar um beijo! Deixo-o neste texto magnífico, já antigo conhecido. Do que vi, está tudo "trilegal!". __ Kathleen ___ Finalmente consegui acertar meus passos de "perdigueira" sem pedigree e seguir você.___BeijoKas!

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