O HOMEM DO BEIJO AFLITO
(Djalma Filho)
(Djalma Filho)
Carlos me beijou aflito,
com o gosto esquisito dos lábios de José
José me beijou quase afoito,
estranho não sentir no beijo os braços de Manuel
Manuel me beijou sem carinho,
quanta ausência das mãos ásperas, rudes, de João.
João me beijou desavergonhadamente,
impossível deixar de sentir as carícias de Ezequiel
Ezequiel me beijou sempre de olhos fechados,
enquanto desfalecia de Etevaldo, meu primeiro namorado.
Etevaldo me beijou com tantos dedos de afago,
que doeu tanto quanto as lembranças do menino Nadinho.
E Nadinho, que nunca me beijou,
me despertou para os desejos do Carlos: o homem do beijo aflito.
BRAVO, queridão!__Talvez a inspiração tenha nascido na "Quadrilha" de Drummond. Se foi isso,cumpre-me dizer: meu poeta amigo saiu-se melhor que meu poeta mineiro.__Beijos festivos! Kathleen
ResponderExcluir