Ainda
mexendo no baú das minhas memórias – lhes prometendo que “O Cesto” terá muito mais
poesia que blablablá –, lembro-me da noite em que vi um neguinho com uma camisa
de gola rolê, tímido, entrando no estúdio da TV Itapoã – era assim quem se
escrevia –, na Bahia, como calouro, num programa chamado “A Escada para o
Sucesso”. O sambinha que ele cantou chamava-se “Mancada”. Vocês, por acaso,
podem imaginar quem era aquele neguinho?... – sim, ele mesmo: Gilberto Passos
Gil Moreira, que, no dia 26 de junho deste, completou setenta anos.
(Gil não se importa em ser chamado de neguinho, nem o
samba, de sambinha)
O “Escada
para o sucesso” era um seleto programa de calouros que, por objetivo, descobria
talentos baianos – como se fosse necessário. Se não fosse por duas menininhas chamadas
Cynara e Cybele que – em duo – não só eram afinadas como encantavam, certamente
o Gil o venceria. Mais tarde, Cynara e Cybele formaram o “Quarteto em Cy”.
Fiquei uma pá de tempo sem
saber por onde andava aquele neguinho. Até que um dia, meu pai me chega em casa
com um LP chamado “Louvação” – e adivinhem quem estava na foto da capa?... O próprio Gilberto Gil. Era o seu primeiro disco.
Realmente, o meu pai tinha
um refinado gosto musical. Dele, eu herdei o “Chega de Saudade”, do João
Gilberto, e o “Louco por você”, de um tal Roberto Carlos.
“Louvando o que bem merece, deixo o que é ruim de lado".
(Gilberto
Gil)
Parabéns Gil!
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